AS SENHORAS DE LISBOA
- Marta d'Orey
- 29 de jan. de 2016
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Sempre as invejei. Passeiam-se sem paleio, de saco na mão e guarda-chuva na outra, mesmo que o dia anuncie possibilidade nula de precipitação, é sempre melhor prevenir que remediar. Cortam caminhos e cruzam esquinas, como quem leva os dias a passear. Sabem bem que o Sr. António vende as laranjas mais baratas e que os legumes da Dona Lurdes não se pagam em promoções, mas em gosto. Traçam Lisboa na palma da mão, e escrevem conversas em sorrisos rugosos. São senhoras cheias de vida que enchem sacos de laranjas, sem olhar a medidas, e não deixam que a chuva lhes encharque a alma.
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